Bebé - Luxação congénita da anca

Um dos testes de rotina, realizados ao bebé após o parto, é o exame à anca do bebé. Em cada mil bebés, um nasce com uma luxação congénita da anca, mas quando tratado a tempo, este transtorno não deixa nenhum tipo de sequelas.

Luxação congénita da anca
Luxação congénita da anca ou displasia congénita da anca, denominação hoje mais comum, é uma alteração no desenvolvimento das estruturas ósseas da anca (cartilagens e esqueleto), que faz com que a cavidade e a cabeça do fémur não tenham uma correspondência adequada.
Esta situação provoca a perda de contacto entre o fémur e a cavidade do osso ilíaco. A displasia congénita da anca afecta maioritariamente o sexo feminino. Muito embora não existam dados científicos que possam determinar as causas desta malformação, sabe-se que o factor hereditário desempenha um papel muito importante. Em muitos casos, trata-se de uma deficiência nos tecidos que revestem a cápsula, tornando-a mais inconsistente e incapaz de segurar a cabeça do fémur de forma correcta, deixando que esta saia da sua cavidade.

A luxação da anca pode ser detectada pelo neonatologista na primeira observação que efectua ao recém-nascido após o parto.

A importância da detecção precoce
A luxação da anca pode ser detectada pelo neonatologista na primeira observação que efectua ao recém-nascido após o parto, mediante diferentes manobras, ou em observações posteriores, durante a permanência do bebé na instituição hospitalar. Durante os primeiros meses, e quando o clínico suspeita que o bebé sofre de displasia da anca, a única forma de o confirmar é através da ecografia, já que permite ver também as estruturas cartilagíneas. Quando a displasia não é detectada nos primeiros meses, a radiografia permite observar se o fémur está orientado para dentro da cavidade. É importante não esquecer que um diagnóstico precoce indicia um melhor progóstico e um tratamento mais breve.

Quando a displasia é diagnosticada e tratada precocemente, o bebé não terá nenhuma dificuldade no momento de começar a andar

Quando a detecção não é feita na maternidade e os pais suspeitam de que algo não está bem com a anca do bebé, podem realizar, mesmo em casa, a manobra de Ortolani que consiste em flectir as perninhas do bebé e separá-las. Se a anca tiver uma luxação, ouvir-se-á um click muito típico, e também pode palpar a forma como o fémur entra na cavidade cotiloideia. Ao separar as perninhas do bebé, uma perna abre bem, mas a outra não chega a abrir-se completamente, é possível que haja uma luxação nessa anca. Os pais podem notar uma discrepância nos membros inferiores - os joelhos afastado. Os pais ao mudar a fralda ao bebé podem também observar um desnível nas pregas, especialmente na zona glútea posterior.